
Eu no meio dessa zorra
lutando feito leoa
chorando sempre escondida
debaixo do meu vestido
Nesse Brasil que vai prá frente
com rios feitos de sangue
com homens dentro da noite
E o povo olhando tudo
olhando e ficando quieto
palhaços tristes palhaços
Nesta luta sem poesia
nesta luta pelo pão
o não é arma escondidana palma da minha mão
Eu não me chamo Medeia
nem Rosa de Luxemburgo,nem ao menos Dagmar
Vê se te acanha e manéra
ouve meu grito de fera
ferida dos top-tops da vida
Conheço o fundo do poço
conheço o meu pesadelo
conheço a morte na carne
conheço a cara no espelho
Conheço a crise e a manobra
conheço a estagnação
e eu só tenho uma carência
carência de sacação.
fonte: Casa de Cultura da Mulher Negra - Negras em Contos e Poesias
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