segunda-feira, 3 de novembro de 2008

PASTEL DE ANGÚ


Pesso@as, devido aos vários pedidos, aí está a receita do Pastel de Angú. Porém, antes gostaria de contar uma breve história pessoal.

Confesso que quando escolhi esta receita para inaugurar a coluna de culinária do Cabrocha visualizei uma roda de samba com várias personalidades, que se eu tivesse tido oportunidade de agradar ao paladar deles seria esta a iguaria servida inicialmente. Nessa pretensa roda estavam João da Baiana, Assis Valente, Madame Satã, Wilson Batista, Cartola, Nelson Cavaquinho, Geraldo Pereira, São Pixinguinha, Rainha Kelé, Noel Rosa, Aracy de Almeida (risos). E haja pastel... (risos)

HISTORIA DO PASTEL DE ANGU
O pastel de angu foi criado no século XIX, por volta de 1851, na época em que Itabira do Campo era distrito de Ouro Preto.
O cenário onde teve início a criação do "Pastel de Angu”, foi a Fazenda dos Portões, que em 1796 pertencia ao Sr. José Ferreira de Aguiar e que, com o seu falecimento em 1846 foi passado ao seus filhos. Um deles, o Sr. Benedito Ferreiro de Aguiar, em 1850 vendeu a parte que lhe cabia para o Sr. David Pereira Lima, porteira fechada, com escravos, benfeitorias e todos os animais.
Relata a história, que Dona Ana Joaquina de Lima, esposa do Sr. David, tinha um bom relacionamento com as escravas e levou duas delas para dentro de casa, tirando-as da senzala.Uma era conhecida por Philó e a outra, por Maria Conga. Elas foram as primeiras a usarem a sobra de angu, principal refeição dos escravos. Na falta de uma complementação de carne, a necessidade e a criatividade das negras as fizeram usar um guisado feito com umbigo de banana, embora em algumas raríssimas ocasiões as escravas, em sua lida na cozinha, escamoteavam pedaços de carne escondendo-os nos roletes de angu e assando-os em rústicos fornos feitos com cupinzeiros.
Originalmente, a forma do “Pastel de Angu” era arredondada, o recheio colocado sobre a massa era enrolado e depois achatado para ser assado, e recebiam o nome de “Boroa".
Tomou a forma atual no Século XIX, por volta de 1885, pelas habilidosas mãos de Dona Ana da Prata Baêta, conhecida por “Dona Saninha da Prata” que, em 1915 passou a receita para sua nora Dona Emilia Martins Baêta, apelidada de “Dona Milota”, falecida em 1972. Dona Milota fazia os Pastéis de Angu, e os vendia como forma de ajudar nas despesas domésticas.
O pastel de angu é muito difundido na cidade e sua fama e receita transpôs as fronteiras do município, sendo levadas para Belo Horizonte, ltabira, Conceição do Mato Dentro, General Carneiro, Sabará e dezenas de outras cidades, inclusive no Estado de São Paulo.
Há historia na cidade, que a família Gonçalves, teve um papel importante na divulgação desta delícia, fora de ltabirito, pois o próprio Dr. Guilherme Gonçalves em suas visitas médicas longe de ltabira do Campo, às vezes comentava sobre o delicioso “Pastel de Angu”, despertando em todos, a vontade de obter a receita.
Até hoje, a receita é passada de mãe para filha, conservando fielmente o modo de fazer e como fritá-los.

Ingredientes:
- 3 litros de água fervendo- 4 tabletes de caldo de galinha- 3 colheres (sopa) de óleo- 2 colheres (sopa) de açúcar- 1 colher (sopa) de sal- 1 colher (sopa) de bicarbonato de sódio- 2 quilos de fubá de moinho d´água

Modo de preparo:
Ferver a água junto com o caldo de galinha, o óleo, o açúcar, o sal e o bicarbonato. Juntar o fubá de pouco a pouco. Sovar bastante com colher de pau e a panela ainda sobre o fogo. Colocar a massa sobre mesa de pedra. Proteger a mão com pano e plástico e sovar novamente até a massa ficar lisa. Fazer bolinhas com o angu e abrir na palma da mão protegida com plástico e pano. Rechear de carne moída temperada ou queijo ralado. Dobrar em formato de pastel. Selar bem. Fritar em óleo não excessivamente quente.
fonte: www.caminhantesdaestradareal.com.br

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