segunda-feira, 17 de agosto de 2009




TPM

Vamos ver se coloco de forma que não
haja mais dúvidas quanto a este assunto…
Quando acordo na TPM,
a primeira coisa que penso é:
TUDO está errado.
E por “tudo” eu quero dizer o MUNDO, entende?
Tipo,
a crosta terrestre,
a atmosfera,
a hidrosfera
e
principalmente a biosfera,
que me enviou como representante esse
MALDITO BEM-TE-VI QUE ESTÁ
GRITANDO NA PORRA DA
MINHA JANELA!!!
Aí,
eu faço um vídeo-clip mental de
“Matador de passarinho” do Skylab.
[Abre-MERCHAN! !!]
música que faz parte do Cd
“Trilha sonora da TPM”,
que traz vários outros sucessos para animar
esse período mágico como
“Sou rebelde porque o mundo quis assim”
e ainda
“Essa vida me maltrata, estou virando um psicopata”.
Peça já o seu!!!
[Fecha-MERCHAN! !!]
O vídeo-clipe me deixa mais alegrinha
e pronta pra pensar em coisas mais amenas como
“queria que minha chefe morresse”
ou
“eu odeio filhotinhos de gato”.
Daí pra frente a coisa só vai melhorando.
A sensação de que tudo está errado
vai virando certeza absoluta,
me levando ao ponto de argumentar com
veemência a favor de Deus mudar
a cor desse céu azul-irritante.
Vai discordar?
Boa sorte.
Isso só aumentará a sua dor, isto é certo.
A única dúvida é quanto à forma que
o ódio escolherá para sair de mim, em sua direção.
Vejamos as opções para o
exemplo supracitado:
a) ficar alterada e continuar argumentando
no melhor estilo Heloísa Helena;
b) chorar copiosamente repetindo:
“MAS POR QUE AZUL, CARA???
POR QUÊEEEEEE????
c) lançar um grampeador em sua direção
(reze pra que a tesoura não esteja mais a mão).
Mas o que eu acho mais maravilhoso na TPM
é que ela é convincente.
Você realmente acredita que o certo a fazer é arremessar
o grampeador, você sente toda aquela indignação
quando as pessoas não compartilham do seu raciocínio,
todo aquele ódio quando a porra da tampa
do refrigerante cai, toda aquela vontade de chorar
quando vê o comercial do “Mercado Livre”
(aquele bem idiota com um carinha
que vende um beijo, sabe?).
Enfim…
TPM é isso, ad infinitum.
Nossa amiga Bubu conta que já foi a uma médica
pedir ajuda para controlar a metamorfose mensal
que a pobre menina sofria.
A médica fez pouco caso.
Disse que TPM é coisa de revista feminina.
Bom,
neste caso,
acho que a Coca-Cola
e a CIA
poderiam fazer um cursinho com
a galera da “Nova”,
para aprenderem o
“ultimate-método- de-lavagem- cerebral”,
porque,
PUTA QUE PARIU,
ele é SUPER eficiente!
Eu, por exemplo,
NUNCA comprei um único exemplar de “Marie Claire”
ou similares, mas a TPM,
essa sim, eu recebo mensalmente e
sem pagar assinatura.
Talvez, a médica, estivesse tentando dizer,
de forma extremamente simplificada,
que o ser humano é, ao mesmo tempo,
um ser biológico, social e cultural.
Assim, a TPM (bem como a adolescência,
a menopausa, a “crise da meia-idade”, etc)
têm sido supervalorizados pela mídia,
que na falta de um assunto melhor
(ou de espectadores/ leitores melhores),
apela para este “cardápio fácil” com o intuito de continuar
vendendo suas revistas e ganhando seus pontos no ibope.
Neste sentido,
a TPM é uma construção cultural/social,
mas a base desta construção
É, SIM, BIOLÓGICA
(uma médica deveria saber).
E cá entre nós,
eu só estou me dando ao trabalho
de dar toda essa justificativa
tão pretensiosamente científica,
porque não estou na TPM.
Caso estivesse,
mandaria todo mundo tomar no cu,
e pronto.
E-mail enviado por uma companheira. Mas é por aí...

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